Vendedora de Bíblia
Mas se engana quem pensa que a vida profissional de Larissa começou somente após a graduação. Anos antes de se formar em Educação Física, ainda na adolescência, ela precisou trabalhar para ajudar a família, já que seus pais se divorciaram. E foi aí que, entre as várias atividades que já exerceu, vendeu Bíblias:
“Perrengue a gente passou nos meus 13 anos, depois que meus pais se separaram e eu comecei a trabalhar. Já fiz de tudo: papel de presente, vendi Bíblia, fui vendedora... tive que trabalhar pra começar a ajudar em casa. Eu vendia Bíblia numa livraria, só que tem que entender muito. Eu li a Bíblia inteira pra entender mesmo, porque você precisa ter argumentos pra vender. Eu sempre gostei, porque minha família era toda da igreja, mas comecei a estudar mais e eu superargumentava. Minha família é toda evangélica”.
E foi justamente por conta da criação na igreja que Larissa bolou um “plano” para fazer sua primeira tatuagem. Aos 18 anos, ela tatuou “mãe” no braço, como forma de evitar que sua ideia fosse rechaçada:
“A primeira é mais marcante, porque minha família é evangélica e ninguém tinha tatuagem. Eu fiz uma mãe e uma flor, pensando: ‘Se ela brigar, pelo menos eu escrevi mãe’. Mas cheguei lá e ela começou a chorar, ficou emocionada.”
Depois da primeira tattoo, já vieram outras três. E também dois procedimentos estéticos: lipoescultura e silicone. Mas nada disso impactou a convivência familiar:
“Minha mãe é super de boa com tudo, ela me idolatra. Eu fui a mais diferente das minhas irmãs, elas são todas da igreja. Eu fui a primeira que furou a orelha, a primeira que fez tatuagem, mas é a que a mãe puxa mais. Tem uma proteção, assim... e minhas tias têm o maior orgulho de mim.”